A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) é uma entidade que busca difundir e estimular um processo de produção mais aprimorado e sustentável dentro do universo cafeeiro, além de elevar os padrões de excelência dos cafés brasileiros. Criada com o objetivo de defender e valorizar a qualidade dos grãos produzidos no Brasil, é a única instituição do país que certifica e monitora lotes por meio de selos de controle de qualidade de cafés especiais. É também uma das representantes brasileiras dentro dos conselhos da Specialty Coffee Association of America (SCAA), principal organização que estimula a produção de grãos especiais pelo mundo.
Os benefícios de ser associado da organização é que, com o selo BSCA, o produtor pode agregar valor de comercialização ao seu produto e, além disso, ter acesso aos maiores eventos nacionais e internacionais relacionados a cafés especiais, abrindo diferentes oportunidades de negócio. Os associados também recebem descontos nos cursos oferecidos pela Associação, juntamente com o apoio técnico nos processos de produção e divulgação da qualidade dos tipos de grãos brasileiros por região.
HISTÓRICO
A raiz do café é histórica no solo brasileiro. Os primeiros grãos foram plantados em meados do século XVIII. No século seguinte, o café passou por uma crise, consequência do empobrecimento do solo, de problemas hídricos e fim da mão de obra escrava. A partir desse momento, o café saiu do estado do Rio de Janeiro e do nordeste brasileiro para se concentrar no oeste paulista, onde sua produção cresceu e fez dele um dos principais produtos exportados pelo Brasil.
No século XX, o mundo, cada vez mais globalizado, começou a trazer mudanças para diversas realidades, inclusive para o cenário agrícola do país. A exigência ficou cada vez maior em relação à quantidade e, consequentemente, em relação à qualidade. Em 1991, atentos a essas diversas mudanças, cerca de 14 empreendedores decidiram criar uma associação focada em cafés especiais. A ideia surgiu naturalmente, com o fim da intervenção governamental por meio das cotas de exportação, que eram obrigatórias para a venda de produtos primários no mercado internacional.
José Francisco Pereira foi um dos fundadores e faz parte do Conselho Permanente da BSCA. Para ele, o momento mais marcante foi a primeira participação da Associação em uma feira realizada nos Estados Unidos. Ali, ele e os demais associados puderam criar os primeiros relacionamentos e apresentar amostras dos cafés especiais brasileiros. “O maior desafio para a consolidação da Associação foi o fato de que o Brasil sempre foi conhecido como o maior produtor mundial de cafés ‘commodities’, com preços inferiores aos dos produzidos na América Central, na Colômbia e em alguns países da África, por exemplo”, afirma, justificando por que se tornou mais difícil lutar pela valorização dos cafés especiais produzidos aqui.
UNIÃO E BENEFÍCIOS
A atual diretora, Vanusia Nogueira, defende a importância, atualmente, de ser associado a uma instituição como a BSCA: “Associar-se permite o alinhamento e abre oportunidades para se estar junto com o que há de referência e mais moderno no nicho de cafés especiais. Nosso principal objetivo é ser acessível para aqueles que estão e querem estar ao nosso lado, unindo os produtores no desenvolvimento de trabalhos cada vez mais tecnológicos e sustentáveis.”
Ao ser perguntada sobre a maior relevância da BSCA no atual mercado, a diretora destaca a atuação de incentivo à educação de toda a cadeia produtiva e as oportunidades oferecidas para todos, conhecedores ou não do universo de cafés especiais. “São 30 anos falando, desde o início, de café especial, o que mostra quanto nossas atividades, nossas ações e nosso posicionamento fazem efeito para o setor”, reforça Vanusia.
Assim, são 30 anos de história e crescimento, sempre investindo, buscando relacionamentos internacionais e aprendendo o melhor da informação e da tecnologia para a produção cafeeira, com foco no mercado de cafés especiais.
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