Após dois anos de estabilidade, o presidente da illycaffè, Andrea Illy, projetou que a empresa italiana voltará a ampliar as vendas de café no Brasil somente em 2020. Ele esteve no Brasil para o 28º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café, que aconteceu no dia 4 de abril, em São Paulo.
“Conseguimos dobrar as vendas de café nos últimos cinco anos, mas 2018 foi um ano de consolidação por causa da economia, que não foi muito bem. Este ano será de transição e vamos nos preparar para voltar a crescer em 2020”, disse Illy em encontro com jornalistas.
No ano que vem, a empresa de café gourmet deverá lançar no Brasil a linha de cápsulas de alumínio da marca illy, compatível com outras máquinas de café. O produto chegará inicialmente à Europa e aos Estados Unidos.
De acordo com AndreaIlly, os preços baixos pagos aos cafeicultores são um problema temporário, que deve durar “no máximo um ou dois anos”. A cotação alcançou o menor valor dos últimos 13 anos na bolsa de Nova York. “O problema dos preços é transitório. Foi causado pela superprodução, mas para este ano já se prevê um déficit produtivo. Os estoques não estão grandes e os preços podem voltar a subir”, ponderou. Segundo ele, a boa notícia é que, desta vez, o preço não caiu muito abaixo de US$ 1 por libra-peso. “Tem uma resistência ao redor de US$ 1, o que é muito bom. Com esse preço, o produtor consegue se manter”.
O presidente ainda lembrou que a produção brasileira em 2019/20 será menor por causa da bienalidade negativa da safra, e também por causa do menor uso de insumos em um cenário de preços baixos. Ele estima que a colheita gire em torno de 55 milhões de sacas. “O que seria 10% menor do que na temporada anterior, e deverá levar a um déficit global”. Ele destacou que a qualidade da safra está “muito melhor”. O país deverá colher 38 milhões de sacas de arábica e 17 milhões de sacas de robusta em 2019/20.
Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
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